Produzida por meio de financiamento coletivo, série já foi vista por mais de 1 bilhão de espectadores em todo o mundo
The Chosen: a série que mostra o encontro com Cristo como você nunca viu
A primeira temporada conta com o piloto e mais oito episódios que retratam os primeiros milagres e ensinamentos de Jesus. A segunda temporada foi lançada no Domingo de Páscoa, 4, e pretende ter sete episódios, que ressaltam o relacionamento de Jesus com seus discípulos. Além de dirigir, Jenkins também escreve os roteiros da série, em parceria com Ryan Swanson e Tyler Thompson.
Realismo e profundidade
Além da qualidade cinematográfica, a série se destaca pelo fato de Jesus e seus discípulos serem retratados de maneira profundamente humana, permitindo que o espectador se identifique com as personagens e compreenda, com riqueza de detalhes, o significado dos acontecimentos narrados pelos evangelhos.
Maria Madalena, por exemplo, é uma personagem cujo passado é envolto em muitos mistérios e especulações. Os textos bíblicos, de fato, apenas confirmam que ela era aquela da qual Jesus expulsou sete demônios. É sobre essa informação que os roteiristas desenvolveram a narrativa e ajudam a entender o quando foi forte e transformador para ela o encontro com Cristo.
Nesse mesmo contexto, Nicodemos, o chefe dos fariseus que simpatizava com Jesus e o encontrava em segredo para não ser descoberto pelos membros de sua seita, é retratado com ênfase na sua curiosidade em conhecer aquele homem que atraía multidões e realizava milagres. Os gestos de Jesus provocavam nesse mestre da Lei uma inquietação que fazia com que questionasse tudo aquilo que tinha por verdade.
Simão Pedro, por sua vez, é mostrado como quem, de fato, era: um pescador, simples, mas, ao mesmo tempo, impulsivo e perspicaz. A narrativa também ajuda o espectador a compreender como o pregador de Nazaré tocou o jovem pescador a ponto de ele deixar tudo aquilo que tinha de mais essencial em sua vida para segui-lo aonde fosse.
Como surgiu
Em entrevista ao site norte-americano Patheos, Dallas Jenkins, que se descreve como “evangélico que crê na Bíblia”, contou que, anos atrás, havia vídeos curtos sobre a passagens da vida de Jesus para ocasiões como o Natal e a Sexta-feira Santa e se questionava por que nunca houve uma série de várias temporadas sobre a vida de Cristo que realmente tratasse aqueles fatos com profundidade.
O diretor enfatizou sua preocupação em contar uma história que envolvesse, de fato, o espectador com o a história e com a experiência vivida pelos “escolhidos”, a ponto de reconhecerem que são tão humanos como estes e, por isso, também podem segui-lo. “Já no primeiro episódio, quando Jesus nem apareceu ainda, já é possível perceber que não se trata mais de um projeto tradicional em que você apenas pega os versículos da Bíblia e os encena novamente”, afirmou.
Além do roteiro, houve uma grande preocupação com o realismo dos personagens e lugares. “Em termos de elenco, focamos encontrar o melhor intérprete para cada papel. Não procuramos celebridades. Nós nos esforçamos para garantir que somos o mais fiéis possível à localização e à época, de modo que os únicos caucasianos são os soldados romanos”, explicou o diretor ao site Aleteia.
Quanto à locação, foi escolhido o estado americano do Texas, onde foi recriada a cidade de Cafarnaum do tempo de Jesus.
Jesus
O personagem principal da série é retratado da maneira como se imagina que as pessoas que viviam em sua época o viam: um ser humano. Ao contrário dos evangelhos que relatam as experiências e gestos de Jesus já a partir da compreensão que os apóstolos tiveram após os acontecimentos da Paixão, Morte e Ressureição, isto é, em uma perspectiva teológica, The Chosen mostra um Jesus de Nazaré como um homem comum, que comia, bebia, trabalhava, dançava e que interpelava as pessoas em meio aos acontecimentos cotidianos.
É nesse contexto de cotidianidade que Cristo inicia sua vida pública e começa a realizar os primeiros milagres, que intrigam e, ao mesmo tempo, atraem a atenção das multidões e das autoridades da época. Esse é outro aspecto ressaltado na série, a maneira como a comunidade judaica era oprimida pelo Império Romano, o que ajuda a compreender o que representava para aquelas pessoas a espera do Messias libertador e por que nem todos conseguiram compreender logo que esse era o carpinteiro de Nazaré.
Jesus é interpretado pelo ator Jonathan Roumie, católico praticante que afirmou em diversas entrevistas que pôde se aproximar ainda mais de Cristo por meio desse trabalho. Embora tenha dado vida a Cristo na série, o ator relatou que, na verdade, viu-se muito mais no personagem Pedro, identificando-se com suas imperfeições e lutas.
“Pedro era teimoso. Demorou algum tempo na vida para chegar ao ponto em que se humilhava, desistia. Mesmo assim, depois dois anos e meio ou três, ele ainda o nega”, disse Roumie ao site Patheos, acrescentando: “Só pela graça de Deus nos levantamos de novo, como Pedro fez. Nisso é o que a fé em Jesus Cristo realmente consiste”.
Apostolado
O sucesso nas telas atraiu muitos seguidores para Roumie nas redes sociais. Sua interação com o público, porém, vai além da relação entre astro e fãs. Nesse período de pandemia, ele apresentou aos seus seguidores do Instagram a devoção à Divina Misericórdia, rezando o Terço da Misericórdia com o público para alimentar a esperança nesses tempos difíceis. Ele afirmou que, acima de tudo, a oração o ajuda a manter o foco na “missão de Cristo, a missão de tudo o que é bom para mim”, afirmou.
Dallas Jenkins acredita que anunciar o Evangelho de Cristo é urgente, sobretudo em tempos de pandemia. Por esse motivo, a série continuará disponível gratuitamente.
O diretor deseja produzir sete temporadas, contando todo o ministério de Jesus até a morte e ressurreição.
Assista ao trailer: