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No dia 22 de maio, 60 pessoas foram mortas em Gogadji, Norte de Burkina Faso. Três dias depois, mais 50 pessoas foram mortas por atiradores islâmicos quando tentavam fugir da zona rural de Madjoari, Leste do país. “Os moradores do vilarejo decidiram partir por causa da crescente insegurança na região. Eles se dividiram em grupos e começaram a caminhar. Um dos grupos foi parado por militantes islâmicos, e os homens que estavam entre eles foram mortos”, contou o analista da Portas Abertas sobre liberdade de religião na África Subsaariana.
Militantes islâmicos dominaram o Leste e o Norte do país. “O governo está ausente e as forças de segurança do país têm grande dificuldade em retomar essas áreas. Os burkinabes ficam desprotegidos e precisam se defender sozinhos. Aqueles que vivem na cidade de Fada N’Gourma, Leste de Burkina Faso, não podem andar mais de 10 km antes de serem parados e revistados pelos extremistas”, acrescentou o analista.
Crise de refugiados
Em 2021, Burkina Faso superou o Mali como epicentro da insurgência islâmica na região do Sahel, com aumento de 200% nos ataques violentos de acordo com dados da Armed Conflict Location and Event Data Project (ACLED). Os dados dos cinco primeiros meses de 2022 mostram que 514 pessoas foram mortas nos 277 ataques em Burkina Faso.
A violência causou uma crise de refugiados. Aproximadamente 2 milhões de pessoas se tornaram deslocados internos, de acordo com a ONU. Mais de 4 mil escolas foram fechadas, interrompendo a educação de mais de 500 mil crianças. O deslocamento em massa aumenta o risco de fome. “A impossibilidade de plantar e colher no ambiente de insegurança combinada à seca na região leva milhões de pessoas a enfrentar a incerteza sobre ter alimento suficiente este ano.”
O aumento da violência no Nordeste de Burkina Faso é causado, principalmente, pelo grupo islâmico Jama’at Nusrat al-Islam wal-Muslimin (JNIM), associado à Al-Qaeda. O Estado Islâmico no Oeste Africano (ISWAP) e outros grupos militantes islâmicos também disputam territórios no país, segundo o ACLED.
Os extremistas impõem regras como código de vestimenta, pagamento de impostos e fechamento de escolas nas regiões que controlam. Se as pessoas não obedecem ou têm “atitudes suspeitas” são punidas.
Cristãos em Burkina Faso
Os cristãos frequentemente padecem com a violência e sequestros. Eles representam 25% da população de Burkina Faso. Nas áreas sob controle dos radicais islâmicos, as igrejas podem ser abertas dependendo de quem está no comando ou elas se reúnem clandestinamente.
Recentemente, um pastor foi sequestrado na igreja enquanto pregava o sermão no domingo de manhã. “Eles levaram o pastor e o carro dele por alguns dias. Interrogaram e pressionaram para que ele negasse a fé em Jesus, mas o pastor se manteve firme. No final, eles disseram que deixariam que ele fosse embora sob a condição de não ter cultos mistos (mulheres e homens deveriam ficar em partes separadas do templo) e que não cantassem louvores”, acrescentou o analista da Portas Abertas na África Subsaariana.
Burkina Faso ocupa o 32º lugar na Lista Mundial da Perseguição 2022, que elenca os 50 países onde é mais difícil ser cristão. Pesquisadores da Portas Abertas afirmam que a situação dos cristãos no país piorou. “Jihadistas dominaram mais regiões. O fechamento de igrejas e suspensão das entregas de doações e cuidados que a igreja oferecia, assim como os ataques aos cristãos, criaram um ambiente de medo e insegurança.”
Saiba como ajudar Burkina Faso e Oeste Africano
No dia 12 de junho, mais de 13 mil igrejas estarão orando pela “Igreja sob Ataque”, tema do Domingo da Igreja Perseguida (DIP) 2022. Não deixe de participar desse clamor pelos irmãos perseguidos, nem que seja com 15 minutos do culto, e ajude cristãos do Oeste Africano, como Burkina Faso. Cadastre-se e tenha acesso a materiais para fazer o DIP!