Durante a pandemia do novo coronavírus, em várias partes do mundo foram adotadas medidas rígidas de controle, a fim de tentar prevenir a propagação do Covid-19. Nesse contexto, porém, muitos cidadãos foram vítimas de abusos, entre eles uma idosa que chegou a ser presa pelo simples fato de caminhar orando.
Rosa Lalor contou que estava em mais um dia da sua rotina de orações, caminhando ao ar livre no Reino Unido, em fevereiro de 2021. Em respeito às restrições da pandemia, ela estava utilizando máscara e mantendo o distanciamento social.
Ainda assim, porém, a idosa de 76 anos foi abordada por um policial, que questionou o motivo de ela estar ao ar livre naquela ocasião. “Andando e orando”, respondeu Rosa, mas sem sucesso.
O agente de segurança alegou que ela não estava em um local de oração, associando a sua presença no lugar a uma clínica de aborto próxima. Com isso, ele achou que ela estivesse protestando em frente ao estabelecimento, muito embora estivesse absolutamente sozinha.
Como resultado, a idosa foi presa e levada no carro da polícia para a delegacia, onde teve que prestar esclarecimentos. Além disso, ela também foi multada em 200 euros por suposta violação das regras sanitárias do Reino Unido.
“Nunca pensei que em um país democrático como o Reino Unido eu seria presa por uma simples e solitária caminhada de oração. Quando eu estava andando ao ar livre, eu estava orando na privacidade da minha própria mente”, disse Rosa, segundo a ADF UK.
“Que tipo de sociedade somos nós, quando as pessoas podem ser presas simplesmente por manifestarem pacificamente sua fé em público?”, questionou a idosa. Agora, contando com o apoio de um escritório de advocacia que defende a liberdade religiosa, ela ingressou na Justiça contra o governo, a fim de reparar os seus danos morais.
“O direito de expressar a fé em um espaço público, incluindo a oração silenciosa, é um direito fundamental protegido pelo direito nacional e internacional. Seja sob os regulamentos do coronavírus ou qualquer outra lei, é dever da polícia defender, em vez de corroer, os direitos e liberdades de mulheres como Rosa”, disse Jeremiah Igunnubole, diretor jurídico da ADF UK.