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A história de Araminta, ou “Minty”, que passou a se chamar Harriet Tubman virou filme e acaba de entrar no catálogo da Netflix.
Nascida em 1822, na fazenda de Anthony Thompson, ao sul da atual Madison e Woolford, na costa leste de Maryland, Tubman era a quinta dos nove filhos de Harriet “Rit” Green e Benjamin Ross, ambos escravos.
Toda a família era “propriedade” de Thompson, um fazendeiro e empresário de sucesso, escravizou mais de quarenta afro-americanos durante sua vida.
Essa comunidade escrava, e as comunidades negras livres e outras escravizadas que forneciam o trabalho para os fazendeiros brancos na área de Peter’s Neck, constituíam o mundo familiar e social de Harriet Tubman e sua família.
Sem esperança para a liberdade
Foi através do casamento de Thompson com a segunda esposa, Mary Brodess, que os pais de Harriet, Ben Ross e Rit Green, se conheceram, casaram e começaram sua própria família por volta de 1808.
De acordo com as leis promulgadas durante o século XVII nas colônias americanas, qualquer criança nascida de uma mulher escravizada era automaticamente escrava e a posse cabia ao dono da mãe, mesmo que o pai fosse um negro livre ou um branco.
A ativista Harriet Tubman foi uma abolicionista durante a Guerra Civil Americana. (Foto: Biblioteca do Congresso dos EUA)
O estopim da revolta de Harriet, que se casou com um negro livre, aconteceu quando seu dono não a liberou para ir embora com o marido, ainda que sua própria mãe, nessa altura, já tivesse também direito à liberdade, o que não foi cumprido. Assim, e diante da maldade da família Thompson, em 1989 a jovem Harriet foge da fazenda, chegando a outro estado americano.
Após se estabelecer, ela volta para a fazenda e arrisca a vida para guiar outras pessoas rumo à liberdade pela Ferrovia Subterrânea. Assim, consegue resgata outros negros, inclusive sua família, tornando-se uma das maiores abolicionistas americana.
Jornada de fé
Harriet era uma cristã devota que orava a Deus em busca de respostas durante sua jornada como abolicionista.
Uma das cenas do filme mostra Harriet em momento desafiador, quando ela precisava atravessar um grande lago com alguns escravos – incluindo uma idosa e um bebê – que não sabiam nadar.
Perseguidos pelos capatazes, a única saída era conseguirem passar para o outro lado. Sem medo, Harriet entra nas águas e ora pedindo que Deus a ajude a atravessar. Milagrosamente ela começa a caminhar dentro da água e consegue atravessar. Assim, os demais escravos a seguem e chegam ao outro lado do lago salvos.
Cena do filme em que Harriet ora, pedindo a direção de Deus. (Cena do filme Harriet/Netflix)
A vida de Harriet Tubman foi enraizada em uma fé espiritual intensamente profunda e uma longa paixão humanitária pela família e comunidade, por quem ela arriscou sua própria vida, demonstrando uma determinação inflexível e aparentemente destemida para garantir a liberdade, igualdade, justiça e autoestima, como determinação ao longo de sua longa e produtiva vida.
‘Moisés’
Apelidada de “Moisés” por seus esforços para levar os escravos à liberdade, a abolicionista Harriet Tubman lutou contra a escravidão antes e durante a Guerra Civil Americana.
Tubman era membro da Igreja Episcopal Metodista Africana e frequentemente tinha visões de Deus, que ajudaram seus esforços antiescravidão.
“Ela atribuiu seu senso de proteção a esses poderes sobrenaturais”, disse o Dr. Arthur Jones, da Universidade de Denver, em entrevista ao 9 News em 2015.
Seu trabalho humanitário triunfou com a abertura do Lar para Idosos Harriet Tubman, localizado em um terreno adjacente à sua propriedade em Auburn, que ela comprou com sucesso por hipoteca e depois transferiu para a Igreja Metodista Episcopal Zion Africana em 1903.